quarta-feira, 17 de abril de 2019


um.

Depois de um longo, bem longo dia de trabalho, tomando um vinho na casa duma grande grande amiga.
Entre mil papos e cigarros, pairando por Orishas e Manu Chao, ela me conta que seu namorado a levou em três (3) eventos de família, diferentes, em um único dia. Ambas pasmas.
Pausa dramática.
Nos demos conta que, em nosso universo feminino, isso seria impossível.  Porque quando a gente convida o carinha para churrasco da família, ele já leva como pedido de casamento, mesmo que tenha sido exatamente da mesma forma despretensiosa.
 E começamos a pensar sobre "Sexo Oposto". É muito oposto! E o quão cultural ou histórico ou hereditário seja, há uma distância gigantesca entre seres que não se habitam, e às vezes, tampouco se orbitam. É a perpetuação da falsa distância: Quando dois seres sentem as mesmas coisas, mas vieram de universos diferentes, mesmo que tenham sido criados no mesmo lar, sob o mesmo teto.
A mulher sempre foi reconhecida pela sensibilidade. Nós conversamos umas com as outras, e com o todo, e tentamos entender o porquê de absolutamente tudo. Alguns homens acham enfadonho e esse é um dos problemas. Nós acabamos sendo as "esquisitas", ou "loucas", simplesmente por questionar e validar o que recebemos nessa vida. E assim, nos distanciamos mais e mais. Tudo é sentimento. Primeiro, vem a sensação. Depois, o sentimento. Faz parte de todas as etapas que passamos para evoluir tudo o que precisamos evoluir.
Vivemos num mundo que tentamos nos unir; por qualquer gosto que seja, e nesse movimento, acabamos por nos perder num vórtice de sensações inúteis, apenas por tentar suprir algum vazio dentro de nós mesmos. Nos desprendemos uns dos outros, mas antes, nos desprendemos de nós mesmos, dos nossos vícios e comportamentos.

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