O príncipe de ontem virou o sapo desconhecido de
hoje. Depois de tanta admiração e divagação, revelou-se nada mais do que mais
do mesmo, usando apenas uma temática diferenciada. Até a minha alma já está
cansada dessa reação efêmera dos homens sobre relacionamento.
Ultimamente, os homens que conheço tentam dar
uma aula sobre como eu devo seguir com a minha vida, e enquanto fazem isso, não
escutam absolutamente nada do que eu tenho a dizer, não adentram meu universo,
não penetram na minha essência. Não há momento de empatia, e sim mera adequação
remetida ao tipo de aceitação do masculino para o feminino. Algo como um tipo
de obrigatoriedade comportamental. Descobri que o mais desconstruído homem
hétero é ainda apenas um homem, e aí veio a constatação de que, para muitos,
ser homem é um estado confortável para quem lhe convém. Dá um pouco de agonia e
desespero. Vivo num estado dopado quando se trata de amor / relacionamento. Quero
me entregar e entender, mas nunca vinga nessa realidadezinha efêmera atual, que
mistura várias realidades e egos. De algum modo o fim da história é basicamente
o mesmo. Segue um padrão passo a passo:
1- flerte - tempo dedicado e focado na
conquista, no modo honesto.
2- horas e horas de conversa por meio virtual,
e tanta atenção acaba tornando-se irresistível.
3 - o encontro na vida real nos parece definir
algum ponto na nossa própria história. tem olho no olho, tem toque com intenção
de troca, tem atenção.
4 - a entrega acontece. a felicidade existe, sensação
de plenitude alcançada, bússola interna parece aprumada. sensação de fluidez.
5 - o dia seguinte:
(existe um espaço só para ele, pois
normalmente é vazio)
6 - alguém finge que nada especial ou
espontâneo aconteceu, como se a vida fosse sortida e boa, sorridente e leve.
7 - auto preservação é automaticamente
acionada, desentendimento, falta de comunicação, vergonha, todos esses
sentimentos rodopiam pelas veias, nos fazendo correr imediatamente de volta a
nossa caverna, para nosso falso senso de segurança que nos “protege”.
8 - trauma. entregar-se, mesmo que por
instantes, é extremamente difícil. desperta um sentimento pulsante de
incredibilidade e esquecimento. arrependimento. desconfiança no próprio ser.
9 - passado o tempo de negação, é chegado o
retorno da necessidade de compartilhar com outro ser. desejo de identificação,
afinidade, cumplicidade.
E assim se roda a roleta do relacionamento
atual, nulo, vago, infantil, carente. Eufemismo
é tratar tanta indiferença denominando de relações líquidas.
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